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Preço dos combustíveis não acompanha descida do petróleo

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Manuel Marques

Manuel Marques
Admin

Queda no preço da matéria-prima só tem impacto numa fracção do preço final dos combustíveis, devido aos custos fixos e aos impostos.

Sempre que existem descidas consideráveis no preço do barril de petróleo nos mercados internacionais, a queda no preço dos combustíveis fica aquém. Porquê? A resposta parece ser uma longa cadeia onde a descida no preço da matéria-prima se vai diluindo.

Tome-se como exemplo o preço da gasolina 95: o preço do barril de ‘brent', em euros, recuou 12,6% desde 23 de Junho (semana em que tocou máximos de quase um ano); em contrapartida a gasolina negociada entre as petrolíferas nos mercados internacionais caiu 9,3% no mesmo período. Isto porque apesar dos produtos refinados seguirem a tendência da matéria-prima obedecem também a outras dinâmicas de mercado, como a procura e a oferta. Descidas que ainda assim se reflectiram no preço da gasolina 95 comercializada em Portugal, ainda que em menor escala. O litro de combustível, sem taxas, corrigiu 7,2%. Mas juntando-lhe os impostos, a queda no preço de venda final foi de apenas 4%.

Estas contas eliminam já o efeito cambial que, nos últimos meses, foi bastante penalizador para quem compra em euros. Enquanto o preço do barril de ‘brent' em dólares corrigiu quase 19%, a evolução euro-dólar eliminou cerca de um terço dessa correcção. Em euros o preço do barril de ‘brent' recuou apenas 12,6%. O euro vale hoje menos 10 cêntimos face ao dólar, o que significa que são necessários mais euros para comprar o mesmo montante em dólares.

O elevado peso dos impostos no preço final de venda dilui igualmente grande parte da correcção nos mercados internacionais. Os impostos representam 55% do preço final de venda, no caso da gasolina 95, ou 46% no caso do gasóleo. Ou seja, a queda no preço da matéria-prima só tem efeito em cerca de metade do preço final. Daí que, sem impostos, o preço tenha corrigido 7,2%, enquanto o preço final, com impostos, só tenha reduzido em 4%. "A quebra no preço da matéria-prima apenas tem efeito numa parcela do preço na bomba. O ISP, por exemplo, continua a ser exactamente o mesmo, e o IVA praticamente o mesmo", explica fonte oficial de uma petrolífera contactada pelo Económico. Adiantando que: "Além disso, o preço sem taxas inclui uma série de custos fixos que não diminuem, como os custos de processamento, logística, até os custos salariais".

João Reis, da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas, explica a diferença na queda dos preços ao longo da cadeia com a diferença temporal do seu impacto. Ou seja: "Demora pelo menos 15 dias até que o preço do ‘brent' surta efeito no valor do produto final", explica. Este responsável garante ainda que a margem de comercialização (margem para fazer face a custos de armazenagem, distribuição e comercialização dos combustíveis, sendo o resultado líquido desta margem o lucro) é hoje igual à registada no segundo trimestre do ano, ou seja, mantém-se em cerca de 8%.

Apesar da queda no preço do petróleo não chegar aos bolsos dos portugueses na mesma escala, certo é que o preço dos combustíveis continuará em queda nas próximas semanas, a reflectir a correcção de 4,8% no preço do ‘brent' na semana de 6 de Outubro e de 2,3% na última semana.

http://www.mggestaoemarketing.com/

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